Eu nunca deixaria de lutar pelos
meus sonhos, mas neste momento eu não sentia nem ânimo nem força para nada.
Conversei
com a banda e eles conversaram com a produção para que fosse escolhido outro
grupo no nosso lugar.
O grupo
escolhido para nos substituir foi o Batistas, o que eu achava muito justo,
porque eles arrasaram durante todo o concurso, principalmente na final.
Qualquer uma das outras bandas também merecia abrir o show da Mika; o único
problema é que a banda Dendron ficou prejudicada por estarem nervosos no último
dia – principalmente a Kat. Se não fosse isso, tenho certeza de que eles seriam
escolhidos.
Mesmo não
fazendo parte da banda de abertura, Nanda foi como convidada para o show e teve
a oportunidade de conhecer a Mika pessoalmente. Ela conseguiu esse direito para
mim também, porém apesar de o show ser uma boa alternativa para me distrair, eu
ainda o relacionava muito ao meu avô, por isso não me sentiria bem se eu fosse.
Amo a Mika e sei que essa oportunidade poderia não se repetir, mas eu achei melhor
assim.
Fiquei
feliz ao ver as fotos de Nanda junto com a Mika e depois ela me contou tudo,
principalmente, como havia sido o encontro. Falou que a Mika havia me mandado
um beijo e me trouxe uma camiseta autografada.
Infelizmente,
também não consegui passar no vestibular. Apesar desse resultado, eu não havia
desanimado. No próximo ano eu poderia tentar novamente e realmente entrar de
cabeça nos estudos.
Fui para a festa de final de ano do
curso para dar um abraço nos meus amigos. Era uma festa linda, parecia
formatura. A Júlia tinha passado em Direito na HAX, o lugar onde eu também
quero estudar. Quem sabe no próximo ano? Aí ela já vai ser veterana e eu vou
ser caloura...
– Parabéns,
amiga! – eu disse ao vê-la. – Foi muito merecido!
– Obrigada!
– ela sorriu. – Esse ano foi bem puxado, mas sei que ano que vem vai ser mais
ainda!
– Verdade!
– E você,
amiga? Como você está? – Júlia me perguntou.
– Ainda é
muito difícil para mim, amiga! – suspirei.
- Eu
imagino! Você tinha uma ligação muito forte com seu avô.
- Ainda
tenho! – meus olhos imediatamente se encheram de lágrimas. – Sei que ele sempre
estará me apoiando nos meus sonhos.
- Com
certeza! – Júlia sorriu. – Tudo o que ele sempre quis foi te ver feliz, agora
não vai ser diferente!
- Sei
disso! – sorri também. – Não pensei muito sobre isso ainda, mas sei que vou me
dedicar mais aos estudos e tenho fé que vou conseguir passar no vestibular.
- Vai sim,
amiga! Mas... – ela me olhou com cumplicidade. – Só não abandona a música! Você
gosta tanto e sei que seu avô vai gostar disso também!
- Sim, ele
vai! – sorri.
Eu estava
abalada, com saudade do meu avô, mas sei que aos poucos eu conseguiria superar
a dor e transformá-la em uma saudade boa, porque era tudo isso que eu tinha em
minha memória: as recordações alegres e os bons momentos com ele.
O ano tinha
sido bem diferente do que eu havia planejado. Eu
tinha alcançado ganhar o concurso, mas, com todo o momento conturbado, eu
acabei não fazendo o show. Eu não me arrependia por não ter ido. Sei que eu
queria muito, mas era um momento delicado e eu não estava com cabeça para me
apresentar.
Tudo tem o seu momento certo de
acontecer e sei que o meu momento iria chegar. O mais importante é que agora eu
acredito que sou capaz de realizar meus sonhos e lutar por eles.
FIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário